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30 novembro, 2006

O Céu Estrelado

(Imagem retirada daqui)

O coração bate… palpita-se devagarinho perseguindo sonhos duma utopia, de um lugar inexigível. Por vezes irreal, imaginário até!
Fito em palavras a abóbada celeste debaixo da escuridão em silêncio, enquanto o ritmo não me tranquilizar o meu vício de ti não vai esgotar nesta noite madrugadora. Observo encantada, extasiada de admirações neste belo andamento melodioso, de luzes interplanetárias pintalgadas.
Não quero nada deste mundo, apenas sentimentos e motins infantilizados, sussurrados na aurora universal.
Toda ela é beleza e pureza no feitiço mágico. O seu cheiro alastra, farejando os meus túneis nasais de terras cultivadas em terrenos planos, o mato seco do Verão inspira a fragrância aromática que me fazem cócegas.
Inteiramente só, sentada numa posição irregular sob a forragem verde encorpada de lividez. Deixo de possuir o sentido da vista, completamente vidrado para o infinito que embala o berço do centro de gravidade.
Todo o meu corpo vibra por dentro, fervilhando pipocas saltitantes.
Sinto a flutuar, a erguer pausadamente na atmosfera, tentando alcançar as bolas de berlindes coloridas que teimam tocar as íris dos meus olhares acriançados.

“Não me importo de estar aqui a noite inteira, assistindo esta contemplação toda. Uma serenidade indescritível repleta de encantos.”

19 novembro, 2006

Colorações Pigmentadas

( Photo by Memorex)
Pequenos fragmentos de memórias coloridas e monocromáticas invadem para dentro da minha insanidade mental. Vacinada sob o efeito da amnésia, as recordações voltam e desaparecem sem deixar rastos.
Não lhes peço para relembrar, as danças antigas.
Movendo passos dilatados, em compasso através das linhas programadas do meu corpo. O vulto memorável abre a cortina bailarina dos risos e dos esquecimentos, revelando emoções libertas e desordenadas. Quanta comoção existe?
Desejo tanto desligar este botão, o clique da efemeridade. O sofrimento constante, a agonia interminável pelo fogo da ignorância.

Apenas um desejo intencionado entra hostilmente, estranhando o termo. Censurá-lo cegamente, e enterrar bem no fundo do solo. Tal como uma dança desequilibrada, vai conquistando a sua cadência sonora, o corpo mexe saturado de elegância e excelência.

As recordações voltam e vão com várias colorações pigmentadas…