No silêncio de uma cachinada, as feições traçadas na sua aragem inocente explodem ingenuidades. Possuidora de uma encorpadura rebelde em crescimento, moldando linhas definidas de que a tornará numa bela rapariga talentosa.
Porventura, do seu dom musical. Observo-a bastante, estudo os seus movimentos agarrando desajeitadamente o Saxofone, pesado e robusto.
Os seus braços não se quebram, habituada a segurá-lo, o instrumento metal com chaves e embocadura de palheta. Vislumbro um objecto escondido na parte alongada do seu braço, formado um ramo de árvore, carrega um livrete de composições musicais de Jazz.
Os seus braços não se quebram, habituada a segurá-lo, o instrumento metal com chaves e embocadura de palheta. Vislumbro um objecto escondido na parte alongada do seu braço, formado um ramo de árvore, carrega um livrete de composições musicais de Jazz.
As pupilas dilatam, intensamente. Instruídas á sua fiel cor, castanhos dourados como mel obedecendo ao padrão da sua beleza morena. Continuo a espreitá-la, disfarçada sem fazer nenhum alarido por detrás da porta semi-aberta.
Neste instante os lábios esboçam-se lentamente, sim, ela sabe que estou ali a espiá-la. Não faço nada, deixo-me á mercê do emudecimento, assistindo o momento.
Neste instante os lábios esboçam-se lentamente, sim, ela sabe que estou ali a espiá-la. Não faço nada, deixo-me á mercê do emudecimento, assistindo o momento.
O livrete é aberto onde os seus dedos folheiam páginas á procura de uma melodia, parou e deve ter escolhido uma obra agradável.
Está a preparar-se, coloca os seus dedos nos botões dourados rítmicos, a boca ajustada na palheta preta e os olhos fixados nas notas saltitantes. Sustenta a respiração e os sons renascem vivos, energéticos.
Fui sacudida, pelo toque capitular dos meus aparelhos auditivos e toda a música estava no ar, invisível!
Está a preparar-se, coloca os seus dedos nos botões dourados rítmicos, a boca ajustada na palheta preta e os olhos fixados nas notas saltitantes. Sustenta a respiração e os sons renascem vivos, energéticos.
Fui sacudida, pelo toque capitular dos meus aparelhos auditivos e toda a música estava no ar, invisível!
Não é irritante como o som da Flauta, um agudo agressivo e incómodo. Mas agradável, fecho os olhos, ouço-a com profundeza, abro a porta e deixo-a entrar embriagada de sede num vendaval de emoções.
São notas gigantes e pretas suspensas no ar. Cada símbolo musical com um par de asas incomparáveis.
São notas gigantes e pretas suspensas no ar. Cada símbolo musical com um par de asas incomparáveis.
Entrei no mundo imperceptível dos sons e soube instintivamente que podia voar entre as melodias. Elevo-me sem asas e rodopio apaixonada, ouvindo a orquestra sublime.
Saxofone, de Jean-Yves Fourmeau.
Saxofone, de Jean-Yves Fourmeau.