(Art By Memorex)
Tudo começou a encaixar-se como as peças de um simples puzzle, capaz de despertar todas as impressões invulgarmente por um toque e encantamento.
Um sonho povoado de imagens a beber espaços e sinais esculpidos em pormenores intensos, um bando de crianças inocentes pertencentes a um grupo. Ambos carregavam instrumentos musicais, no descampado verdejante, longe de tudo, do rebuliço e da desordem!
Olhei em sobressalto para uma delas, cabelo curto á rapaz, a face arredondada, o primeiro olhar imprevisível, um sorriso encantador, as próteses auditivas bem visíveis.
Contemplava, admirada e boquiaberta. Inerte, de corpo paralisado no impulso que urgia o momento. Um jogo de palavras silenciosas.
A telepatia, o renascimento de um vulto figurado, uma cópia da minha humanidade, o “eu” existente. Ela é eu. Eu vi-me no seu (meu) reflexo.
Tinha nas suas (minhas) mãos, uma Flauta preta.
Ela é a minha (foi) mensagem, o toque desesperado que em tempos de tempestade emanava um floco alaranjado da minha Surdez. Um homem, desconhecido empoleirado de frases soletradas, a incompreensão e frustração do meu não entendimento fez com que me assustasse ventos ondulantes.
Chamou a criança surda, e pegou num pincel. A acção e os gestos transformaram-se em palavras.
As cores, violeta e azul estampadas na sua (minha) face.
Mensagem codificada da
"A Decisão Final"