Procurava um hino de superioridade diante dos mais velhos ou seja, testava a agudeza de domar o risco perante a postura inexperiente. O feitio intransigente incorporado na cumplicidade muda, o temperamento sereno por vezes traiçoeiro na metamorfose episódica.
Os meus progenitores ensinaram-me deste muito cedo ser consciente pelos actos, houve alturas que argumentava a acepção da responsabilidade. Então o que era ser inconsciente? Qual era o flanco inverso da irresponsabilidade?
Restava-me desmascarar a bruma vedada dentro de um grande cofre sólido, cercado em sistemas de alta segurança, a ambição indiscreta vagueava pausadamente no aperto âmago de ser apanhada em flagrante. Nada disso se verificou, os alarmes não agitaram e tudo permanecia calmo, silente e cheio de humidade numa escuridão que os brilhos avermelhados acediam e apagavam automaticamente como os de ambulância.
Tudo tornara complicado em desvendar o código, letras de R-I-P-A-S-O-B-N-L-P-E-D misturadas na horizontalidade e verticalidade. Trata-se de um jogo mental, esforçadamente construo cálculos e fez luz! Giro o botão cuidadosamente começando por I-R-R-E-S-P-O-N-S-A-B-I-L-I-D-A-D-E, e num ápice a porta de aço abre.
Atónita e céptica ao avistar o lugar, permanece um dicionário ilustrado acima do planalto e desfechei as folhas, procurando a caligrafia I. Achei-o ali mesmo, na página 308 – «irresponsabilidade»: inconsciente – ignorância – irrespeitável – superioridade – domínio – desafiar a autoridade.
As duas últimas palavras «desafiar a autoridade» seduzira-me no piscar e fechar os olhos, querendo apalpar o transe do risco, a vacilação de entrar ou não dentro do supermercado era imparcial no medo assombroso que sentira. Mal invadi o estabelecimento com toda a naturalidade de que não estava a acontecer nada de suspeito, senão meramente um exame ás minhas capacidades infiltradas no mundo adulto.
Avançava pelas divisões separadas, via prateleiras de chocolates apetitosos, bolachas saborosas, latas de salsichas e cogumelos, pacotes de batatas fritas e uma base gigantesca de guloseimas.
Os meus progenitores ensinaram-me deste muito cedo ser consciente pelos actos, houve alturas que argumentava a acepção da responsabilidade. Então o que era ser inconsciente? Qual era o flanco inverso da irresponsabilidade?
Restava-me desmascarar a bruma vedada dentro de um grande cofre sólido, cercado em sistemas de alta segurança, a ambição indiscreta vagueava pausadamente no aperto âmago de ser apanhada em flagrante. Nada disso se verificou, os alarmes não agitaram e tudo permanecia calmo, silente e cheio de humidade numa escuridão que os brilhos avermelhados acediam e apagavam automaticamente como os de ambulância.
Tudo tornara complicado em desvendar o código, letras de R-I-P-A-S-O-B-N-L-P-E-D misturadas na horizontalidade e verticalidade. Trata-se de um jogo mental, esforçadamente construo cálculos e fez luz! Giro o botão cuidadosamente começando por I-R-R-E-S-P-O-N-S-A-B-I-L-I-D-A-D-E, e num ápice a porta de aço abre.
Atónita e céptica ao avistar o lugar, permanece um dicionário ilustrado acima do planalto e desfechei as folhas, procurando a caligrafia I. Achei-o ali mesmo, na página 308 – «irresponsabilidade»: inconsciente – ignorância – irrespeitável – superioridade – domínio – desafiar a autoridade.
As duas últimas palavras «desafiar a autoridade» seduzira-me no piscar e fechar os olhos, querendo apalpar o transe do risco, a vacilação de entrar ou não dentro do supermercado era imparcial no medo assombroso que sentira. Mal invadi o estabelecimento com toda a naturalidade de que não estava a acontecer nada de suspeito, senão meramente um exame ás minhas capacidades infiltradas no mundo adulto.
Avançava pelas divisões separadas, via prateleiras de chocolates apetitosos, bolachas saborosas, latas de salsichas e cogumelos, pacotes de batatas fritas e uma base gigantesca de guloseimas.
Já escolhera o alvo, olhava para todos os cantos estudando as probabilidades de não ser capturada pelo dono da loja mas ele estava no fundo da esquina a olhar para mim, esboçando um sorriso forçado.
Tive retomar outra alternativa, recomeçar do zero de modo divergente para que não desconfiasse do meu plano. Tudo alterara com o aparecimento de um amigo, aquele que andara na creche também ele sendo surdo, era o P.
Ainda mais empolgada, falei gestualmente dizendo-lhe para entreter o dono na desculpa de pedir algo e fizesse não compreender o que ele dizia, dando-me tempo para o furto iminente. O P estranhou-se e com a sua expressão estupefacta negou-me, supliquei-lhe na promessa de lhe dar a minha quota-parte, após a reflexão aceitou a proposta.
Passando um segundo, tentei conter as gargalhadas ao assistir a cena, a dificuldade hilariante do dono era de tal modo desesperante, apavorado pela incompreensão gestual e o P levantava a voz, fingindo estar revoltado pelo seu desentendimento. Aproveitei o momento fulcral da roubadela, enchi-me de coragem destapando as caixas das gomas e meti-as apressadamente dentro dos meus bolsos, quase cheios!
Tive retomar outra alternativa, recomeçar do zero de modo divergente para que não desconfiasse do meu plano. Tudo alterara com o aparecimento de um amigo, aquele que andara na creche também ele sendo surdo, era o P.
Ainda mais empolgada, falei gestualmente dizendo-lhe para entreter o dono na desculpa de pedir algo e fizesse não compreender o que ele dizia, dando-me tempo para o furto iminente. O P estranhou-se e com a sua expressão estupefacta negou-me, supliquei-lhe na promessa de lhe dar a minha quota-parte, após a reflexão aceitou a proposta.
Passando um segundo, tentei conter as gargalhadas ao assistir a cena, a dificuldade hilariante do dono era de tal modo desesperante, apavorado pela incompreensão gestual e o P levantava a voz, fingindo estar revoltado pelo seu desentendimento. Aproveitei o momento fulcral da roubadela, enchi-me de coragem destapando as caixas das gomas e meti-as apressadamente dentro dos meus bolsos, quase cheios!
Dirigi-me ao balcão, ajudando o dono na tamanha atrapalhada
- Posso ajudá-lo?
- Achas que és capaz de me ajudar?
- Ajudar? Depende da ajuda…
- Bom, é que não consigo compreender este rapaz. O que ele quer?
- Ele pediu um sumo de laranja.
- Ah, puxa tanta confusão por um sumo de laranja!
- Achas que és capaz de me ajudar?
- Ajudar? Depende da ajuda…
- Bom, é que não consigo compreender este rapaz. O que ele quer?
- Ele pediu um sumo de laranja.
- Ah, puxa tanta confusão por um sumo de laranja!
Saímos de lá complentamente eufóricos! Corremos em direcção ao parque e por fim dei-lhe a outra metade... inesquecível!
P.S-» a história intitulada de "Finalista Desnorteada III" será postada depois das férias de Páscoa, desejo-vos uma Boa Páscoa cheio de chocolates e uma grande concentração nas estradas portuguesas!
25 comentários:
Ah sua marota!
M
Deus perdoa,uma vez não duas LOL
Doces não entra no meu plano de vida á 3 meses lol
mas espero ter uma boa páscoa ;)
Desejo te uma boa páscoa tb ;)
e não te enchas de doces,
faz mal ao nosso ser á que resistir ;)
um beijinho memorex ;)
Gargalhadas, muito bom, olha eu nunca consegui roubar nada com medo:) beijos
Bom, não aplaudo mas diverti-me com a situação, às vezes é preciso certas travessuras para despertar para certas realidades. Muito giro
Beijos
Rica história, muito imaginativa...
e boa Pascoa,
com bons passeios pela natureza,
muitos sumos de laranja e poucas amendoas
beijinhos
...e quem é que nunca fez uma malandrice deste género???...se não fizeram tenho muito pena mesmo...
fizeste-me viajar aos meus tempos de meninice...
tem uma linda Páscoa.
beijinhos carinhosos
Que cena! Até parece saida de um filme!
:-)
beijinho e boa Páscoa!
Olá Memorex!
És malandra! :)
Um post interessante, espero que não tenhas feito mais isto.
Bjs.
M.M.
Não sem o que eide chamar memorex mas a sintonia anda no ar LOL ;)
A continuação de uma boa semana ;)
um beijinho ;)
com um sorrisinho ;)
Memorex, só para te desejar uma doce Páscoa e deixar dois beijinhos - grandões :=)
Grande história miga =) parece quase irreal saida de um daqueles livros fictícios que ninguém pensa que até se podem traduzir para a vida real.
um grande beijinho e até logo =)
boa pascoa***
Desejo te um bom fim de semana memorex ;)
um fim de semana cheio de sorrisos ;)
um beijinho ;)
Bom fim de semana :o)
Boa Páscoa!
Bjs
Olá memorex,
Gostei imenso de ler esta "história(?)".
Aproveito para te desejar um santa páscoa, com alguns chocolatinhos..alguns, pq muitos fazem mal aos dentes, lol..
Vou sentir a tua falta, mas espero que fiques bem..
:))
bjs
Sandra
Memorex, estás de f´+erias , nem um post novo pões, não é?
Tudo bem contigo?
Beijinhos para ti.
Excelente!
Vim desejar-te uma feliz Páscoa e, cuidado não abuses dos doces... ;)
Abraço carinhoso ;)
Vim desejar-te uma Feliz Páscoa.
Beijinho.
Desejo te uma santa páscoa memorex ;)
Com muitas amêndoas e ovos de chocolate ;)
Um beijinho ;)
Olá. Vim para dizer uma boa páscoa.
P.S. Eu sei que você conhece a minha irmã.
beijos.
Memorex
Passei apenas para desejar um bom domingo de Páscoa
Bjx
Ai ai ai que estas férias já se estão a prolongar tempo demais... :))
Oi Menina....
então essas férias??? nunca mais acabam???...já estou farta que estejas de férias...
voltaaaaaaaaaaaaaaaa
beijos
Olá,
Na minha terra as férias da páscoa já acabaram..hellooooo...
Onde vives tu? tens que me dizer, tb quero férias assim..
Voltaaaaaa
bjs grandes
Sandra
Então não passamos do dia 3 de Abril? Já hoje são 21... :-)
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