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28 outubro, 2005

HWARANG



Na dinastia Sila foi também praticado o Taekwondo
Em Kyonchu, capital do reino de Sila, existem muitos monumentos com valores históricos, existem por exemplo duas estatuetas, em posições de tae-kyon, esculpidas numa parede do templo Pulkuk-sa.
O templo Pulkuk-sa tem quase dois mil anos, o que representa também um importante testemunho da prática do Taekwondo antigo. Há 1.400 anos, ainda o taekwondo se chamava Tae-kyon ou Subak, no reinado de Ching Heung de Sila, concentrava um grupo de elite composto por jovens oficiais recrutados e rigorosamente seleccionados entre os filhos das famílias distintas.
A este grupo se deu o nome de Hwarang, com o propósito de defender o seu reino este grupo apenas se dedicava ao estudo e a prática de artes marciais. Graças a eles, o reino de Sila, apesar de o mais pequeno dos três reinos que dividiam a Coreia de então, ganhou varias batalhas, conseguindo conquistar e unificar pela primeira vez a península como um país.

26 outubro, 2005

Os sentidos do Silêncio



Esses sentidos que busco nas ondas
Do silêncio,
Sou um ser habitado pela musicalidade,
Cujos sons me foram retirados em tenra idade.
Olho somente para o horizonte,
O silêncio de uma sociedade livre,
A independência é a minha força!
Necessito ver novas palavras díficeis
E complexas no mapa estrelado.
Preciso alimentar o meu espírito,
Por vezes inalcançável.
A força é a minha crença,
A intuição é o meu companheiro,
O gesto é a minha palavra,
A visão é a minha alma para toda a vida.
Qual quadro pintado no som da visão?
Não é unicamente quadro, não é unicamente som,
É unicamente visão que embala os sentidos,
Conquistando o mundo silenciosamente,
Perfumando todas as coisas da vida,
Com um sorriso de serenidade mútua.
Aberto, esse silêncio inundado pelo brilho da
Diferença,
Na esperança de deixar sermos tratados de modo diferente
Por sermos diferentes!

24 outubro, 2005

Um novo Ser


Continuava a explorar as coisas interessantes como qualquer criança de nove anos, os meus pais deram-me a melhor prenda da minha vida no Natal, dissendo que tinha uma surpresa para me dar: ia ter um irmão ou uma irmã!
Lembro-me ter ficado sem reacção, depois de esfregar os olhos e rever de novo os lábios da minha mãe para ter a certeza que tinha entendido, cantarolei em voz alta que fez tremer o prédio todo, com rugidos de felicidade!
Nesse instante só queria que o dia pasasse depressa para contar as novidades aos meus amigos, então pus-me a imaginar como seria ele ou ela? Embora no fundo queria um mano, queria ensinar-lhe tudo que tinha aprendido: jogar futebol, praticar taekwondo, brincarmos os dois, querendo sempre o melhor para ele/ela que obviamente não queria nada para mim senão a sua alegria de ter uma irmã mais velha e super protectora... Devem estar a pensar porque queria um irmão e não uma irmã? Era uma coisa simples, eu era considerada uma maria-rapaz onde as bonecas não eram a minha especialidade, além do mais o cor-de-rosa não constava no meu vocabulário mas sim por gostar coisas competitivas, e brincadeiras duras ao mesmo tempo exigente, nunca desistia quando alguém me enfrentava ombro a ombro para uma corrida ou para um jogo de futebol, adorava correr e saltar a suar em piga, ter os fatos de treinos esfarrapados com buracos das quedas atropeçadas. Era uma liberdade imensa de usufruir todos os momentos que me davam, limitei-me aproveitá-las nada mais.
A barriga da minha mãe começava a ganhar forma, onde a luz dos meus olhos estava a desenvolver dentro do útero...

23 outubro, 2005

Logotipo Pessoal



Ao longo dos dias até hoje desenhei diversos esboços, com muita paciência para aturar esse trabalho para entregar amanhã. Embora não esteja no meu melhor momento, é que o mês de Outubro traz-me desabores em todas as coisas que aprecio, aparecem os azares: a lesão que obviamente não foi a primeira, a má-disposição, o mau feitio, a minha auto-estima a descer em piga e que me isolo de tudo e de todos!
Consegui finalmente conjugar o ambiente das formas inerentes á minha personalidade dentro do esboço com cores coloridas, curvaturas de montanha russa, a simplicidade que me é caracterizada, só espero que o stôr não me estrague o esforço que gastei em pápeis e lápis... ai se ramusgar, nem quero imaginar dava-lhe logo um modollio tchagui!
Ah sim, este não é o verdadeiro LOGO (tá reservado ao secretismo) eheheh...

22 outubro, 2005

A perícia hilariante de Edu


Edu é a nova mascote do clube, por ser o mais novo com sete anos e possuidor de um espírito lutador do qual veio provar em ringue, o seu estusiasmo era de um divertimento em júbilio!
Eu, Anocas e Oyukyoklee equipámos o Edu que estava em pulgas e mortinho por combater, acompanhado de lado a lado connosco, ao mesmo tempo mostrando as suas perícias da pequenez.
Tinha chegado a sua vez de competir, que para meu espanto não tinha aquele receio de temeridade bem vísivel ás outras crianças, normalmente por vontade própria choram... gritámos todos "Força Edu!"
O árbitro recomenda que mantenham as suas posições devidamente posicionadas, subitamente Edu dá um grande grito á Hwarang! Vemos pontapés e muros ao mesmo tempo com o outro oponente, na outra bancada os pais deles assistiam visivelmente emoncionados o primeiro combate da sua vida.
O cronómetro apitou, desse modo interromper o combate para intervalo onde o árbitro fez um sinal para sentarem nos seus lugares, como Edu entendeu mal a intenção guinchou de felicidade aos pulos, em voz alta: GANHEI, GANHEI!!!! O mister saltou da cadeira pro lado, foi buscá-lo e mandou-o calar pois não tinha terminado!
Ouvia-se gargalhadas por todo o lado e ninguém conteu o riso! A nossa equipa estava redondamente prontificada, fartámo-nos de rir imenso que dóia-nos a barriga e não podiamos mais com essa cena hilariante!
Lá foi o segundo round mais calminho, com pontapés e tal, embora desse mais muros e por fim o combate acabou, a alegria ao rubro dizendo: SOU CAMPEÃO, SOU CAMPEÃO de braços abertos!
Este Edu vai dar muito que falar e tem um grande futuro á sua frente!

21 outubro, 2005

Se a realidade fosse outra?


Era uma vez uma rapariga adolescente que decidiu parar a viagem no Planeta do Silêncio para descanso. Desconfiada e receosa com o ambiente que encontrara e não mostrava nenhum sinal de vida no meio da floresta, voltou á sua nave onde ia buscar os mantimentos de sobrevivência, visto que a sua missão estava longe de ser terminada... Pesquisava e anotava tudo que vira num pequeno bloco que trazia consigo, media os níveis do oxigénio, do dióxido de carbono e outras coisas científicas.
Chegou a noite, tremia de frio de cabeça aos pés, ouvia sons assustadores, era altura de preparar o seu saco de cama, após de ter comido enviou nele que lá se fechou os olhos, desejando que nada lhe acontecesse.
A luz da manhã batia a sua face, que carinhosamente acordou-a para continuar a descoberta, numa fracção de segundos via toda a gente sejam eles crianças, adultos e idosos a comunicar com uns outros de forma diferente com as suas mãos gestualizando e os seus corpos a ganharem expressão comunicativa de forma misteriosa mas tão intensamente humana que era difícil de a compreender.
Ela tinha um nome próprio de invulgaridade, chamava-se Silbane, e tinha olhos azuis-esverdeados vibrantes que de um momento para outro a cor mudava os horizontes coloridos, tão penetrantes que se via a escuridão submersa no seu ser, radiava toda a sua simplicidade e rara beleza, os seus cabelos azuis dourados a deslizar suavemente do seu rosto bronzeado e não era muito alta nem muito baixa, tinha uma altura mediana sinonimo de magreza da sua irreverente juventude.
Por tudo o que via Silbane, continuava fascinada e acabou por lhe alimentar ainda mais a vontade de saber e conhecer aquela mímica levemente expressada, estava caminhando pela cidade inteira e tudo o que vira lhe era completamente estranho e puramente estético como se a palavra fosse substituída pelos gestos humanos, uma língua diferente porque deu-se em conta que nunca antes tinha visto ou vivido na vida.
Cada edifício com lojas de consumo, sejam de objectos, roupas... havia um pormenor bastante interessante, todos eles por cima da loja ou lado da parede tinham uma placa de informações! Silbane continuava desesperada por não saber o que significava aqueles gestos humanos tentando pura e simplesmente procurar algo que a pudesse perceber o seu significado mesmo de verdade aquela linguagem desconhecida e mirabolante…
Conseguem imaginar se a realidade fosse outra?

18 outubro, 2005

Liberta o meu Espírito


Sinto-me pressionada neste mundo cruel, não me importava de teletransportar para outro planeta onde tudo é inteiramente novo e puro, que não existisse ódio, violência, arrogância, falsidades, mentiras, traições, inveja e lúxuria.
Um mundo totalmente diferente daquele que conheço, um mundo que aceita todas as extravagâncias das diferenças existentes, que a felicidade e alegria de criança volte a explodir de novo na minha face, que a curiosidade volta a ser alimentada na sede dos mistérios da vida!
Não me importava de renascer novamente, preferia mais mil vezes do que rever as coisas de hoje sempre em funcionamento automático, chamo isso a viver?
Não, não chamo a isso viver, chamo simplesmente viver de forma sistemática onde todos os dias são a mesma rotina, e luto para que não sejam... não quero que a minha vida seja assim, tenho de respirar o movimento intenso, tenho de alimentar as novidades, tenho de descobrir cada dia que passa: um pedaço misterioso, só assim poderei alimentar o meu ego.
Apetece-me voar, voar em liberdade sem o peso na consciência, sobrevoar com os olhos postos no ar invisivel, mas para isso tenho te pedir que libertes o meu espírito por um breve instante...

17 outubro, 2005

A escola primária


Com seis anos, de mochila carregada nas costas com o peso dos livros comprados para aprender novas palavras, despedi-me dos meus pais com um até logo e beijos redobrados dissendo para me portar bem na aula.
Caminhei firmemente até chegar ao portão verde da escola, onde estava uma responsável que me acompanhou até á sala de aula, ai deparei com muitas crianças sentadas nos seus respectivos lugares.
Havia uma mesa vazia onde me sentei e ao mesmo tempo sentia um calinfrio por todo o corpo, pensava como seria a minha experiência cheia de incertezas com entraves que não passavam despercebidos. Continuava sentada numa sala rodeada de crianças ouvintes, não escondia o nervorsismo e ao mesmo tempo duvidava imenso e disse a mim própria "como conseguirei comunicar?", foi um grande problema pois não havia maneira de perceber aquilo tudo...
Continuavam a falar comigo mesmo que não os entendesse pois falavam a uma velocidade interminável, perguntavam o que tinha nos ouvidos até mexiam, eu tentando desviar o mais rapidamente possivel, é evidente que não gostei da atitude e não conseguia nem sair uma palavra da boca para que me deixassem em paz, e como tinha medo de ser rejeitada eu sabia se dissesse alguma coisa não iam entender nada, iriam de certeza rir de mim!
Um dia depois os colegas viram-me e dizeram bom dia, desta vez tinha percebido e respondi na mesma moeda, viraram as suas cabeças e olharam para mim com a voz irrequieta:
-Tu sabes falar!
- Sim sei e depois?
- Nunca viram uma pessoa surda a falar? Grande novidade sei falar, até já!
Entramos ambos na aula todos caladinhos, quando a stôra decidiu dar-nos uma palestra de perguntas houve um que levantou o dedo e fez inumeras perguntas:
- Professora como é que a Memorex consegue falar se não ouve?
- Esta menina aqui não ouve muito bem como vocês porque perdeu a audição, mas fala como vocês mas não muito bem, como ela tem apoio de terapia da fala, foi ai que aprendeu a falar...
- Mais alguma coisa?
-Sim, o que ela tem nos ouvidos?
-Ah... o que ela tem nos ouvidos chama-se aparelho é aonde permite ouvir os sons, ruídos, mais alguma coisa meninos?
- Sim, como podemos falar com ela?
- Podem falar normalmente como vocês falam para outros, mas muito devagar para que ela possa ler os vossos lábios sem dificuldades.
Continuava não perceber os lábios sincronizados na esperança de obter uma afirmação da palavra para saber de que assunto estavam a conversar, nesse instante todos olhavam para mim com uma cara super esquisita e cheia de espanto, encolhi os ombros e desviei a minha visão para outras direcções porque detesto quando me olham fixamente, é-me incomodativo!
Nas duas semanas que passaram foi dificil, ainda não tinha o entrosamento dos colegas nem sequer da professora que mostrava cada vez mais preocupada pelo meu desenvolvimento na aula, convocado uma reunião de emergência com os meus pais desse modo entender ás minhas necessidades.
Após a reunião tive fazer os trabalhos ao lado da professora onde me ensinava escrever, ler, fazer ditados, fazer contas da tabuada e outras coisas pura e simplesmente inerentes á actividade escolar.
A única recompensa que recebia no fim da aula mandava-me trabalhos de casa mais o dobro dos meus colegas que tinha de fazer... foi o melhor que poderia ter feito a mim, a professora estava determinada que eu conseguiria acabar o quarto ano sem repetições!

16 outubro, 2005

Combates de espectáculo!


Foi sem dúvida, um dia saboroso que os combates nos proporcionaram a maior espectacularidade de sempre nas Seixaliadas, e como estou estafada ou pior ainda estoirada sem uma gota de energia a andar de um lado para o outro, de equipar as protecções ás crianças, de ajudar a minha equipa.
Isso não pode ser comparado com o Nacional, pois reconheço que o nível de competitividade é outra, que é de facto uma montra para rondar os atletas mais franquinhos e aqueles que competiram pela primeira vez, desse modo ganhar experiência. Há talentos por todo o lado, mas nem todos terão a mesma sorte de alguns que futuramente podem ser considerados os "melhores da actualidade".
Nem sempre corre bem, em que uma organização está a fazer o evento á sua maneira sem ouvir a opinião dos outros, como em todas as variadas modalidades a arbritagem é uma grande dor de cabeça para muitos, que por mera casualidade vi o que estava acontecer a um mestre e a sua revolta estava no limite, tinha perdido a sua cabeça mostrando incrédulo ás pontuações dadas pelo aluno que não pontuavam, embora de ter acertado vezes sem conta no colete doutro adversário.
São as rivalidades que fazem disso, é inevitável!
A equipa portou-se bem, ganharam outros, perderam outros, ora foram roubados, ora foram prejudicados pela arbritagem, é exactamente isso que nos faz forte...
ORGULHO na minha irmã mais nova que combateu lindamente na primeira volta, aquela velocidade, aqueles movimentos de "badal", aquela força de mudar o resultado (estava a perder) onde duas raparigas são muito amigas, tornaram-se adversárias e cada uma estava por sua conta.
Na segunda volta já não apresentava aquela frescura fisica acabou por perder por um ponto de diferença, se conseguisse igualar iam as duas para o desempate de "morte súbita". O resultado não foi mau, aliás alcançou o segundo lugar garantido! Passando cinco minutos veio queixar de dores da mão direita, onde acabou por ir ao hospital e fazer os raios-x e era mais uma dor de cabeça para a minha mãe, é que ela partiu o dedo!
Deve ser a nossa silhuenta, quando uma de nós aleija a outra é a próxima vítima...
Acabei por ter companhia do meu namorado que apareceu lá um bocado mais os meus sogros, dar ânimo ao pessoal e claro um tempo precioso a sós, não vou dizer mais nada, a minha intimidade está selada aos quatro ventos.

15 outubro, 2005

Sem parar


Lembram-se da conclusão dada pelo médico?
"Não pode esforçar a perna durante quatro a seis semanas, nem sequer fazer grande esforço excessivo..."
Pois, pensando bem ignorei simplesmente de forma consciente e não inconscientemente, não sou o tipo de pessoa que aguenta ficar sentada a ver o resto das coisas surgirem do nada.
Sempre activa como de costume, a andar de um lado para o outro no Pavilhão onde decorreu o Torneio de Taekwondo em Técnica nas Seixalíadas, afim de apoiar a minha super equipa que afirma ter identidade própria, cujo nome estamos a tentar escolher: SILLAS ou SHILLAS?
Prefiro a primeira escolha SILLAS, mas a opinião dos outros também conta...
Descansar para amanhã, mais um dia saboroso: Torneio de Combates!

14 outubro, 2005

Em mobilidade


Ainda não tinha seis anos, continuava em mobilidade constante onde tinha tarefas por fazer, que basicamente era dividida por três actividades especializadas: terapia de fala, evolução de adaptação no colégio e apoio pedagógico, onde aprendi escrever uma palavra de cada vez para depois entender o seu significado.
Os meus avós transportava-me de carro, outras vezes em caso de avaria apanhavamos o autocarro do colégio para o NACDA (apoio pedagógico), e de seguida do colégio para a casa onde tinha mais uma árdua tarefa por parte dos meus pais que era os trabalhos de casa!
Eles sentavam no chão a meu lado, onde tinha á minha frente um espelho enorme desse modo ver-me dentro do reflexo e fazia os dedos a apontar em qualquer lado, quer nas minhas feições do rosto, os olhos, o nariz, a boca em todas as partes do corpo e dizer o que era exactamente, isso implicava um treinamento persuativo e doloroso!
Fazia birras monumentais, ponteava com todas as minhas forças nas portas do corredor, era sinal que estava fartissima de fazer os "trabalhos de casa".
Os resultados não tardavam a aparecer no que a formação veio a ser decisiva...

Parabéns Pai


Herdei de ti a rebeldia, a tenacidade, a força interior imensa, a temperança inata, a capacidade de relacionar com os outros, a inteligência, o gosto pela política, pela filosofia e pelo desporto onde tenho o teu porte atlético, és o meu maior fã número UM e Força Pai!

Feliz Aniversário Pai!

13 outubro, 2005

Clínica Oceano


O cenário que se tornou suspeito está confirmado!

Efectuou-se o presente exame com sonda linear de 7,5 Mhz, á área dirigida e referenciada pela doente, observando-se sobre o músculo, causando alguma bosseladura e mendindo aproximadamente 24mm, e que corresponde a ruptura deste músculo.

Paragem obrigatória com máxima inactividade desportiva de quatro a seis semanas, depois prosseguido para a proxima fase: fisioterapia.

Conheci um amigo como eu


Aos cinco anos continuava a viver a um ritmo aliciante, estava tudo replecto de novidades que chegavam acima da hora.
Divertia-me imenso ao fazer tantas maldades aos amigos, não é que achasse divertido mas adorava vê-los chateados e era um prazer assistir a uma mudança de comportamento.
De repente, a educadora de infância chama-me com um gesto para ir em sua direcção, assim fui sem hesitar, mas julgava que eu tinha feito alguma coisa de mal e que talvez me pussesse de castigo. Não foi pela minha frágil debilidade que reparo um menino mais novo, com cabelos comprindos encaracolados, loiros e dourados como o sol e os seus grandiosos olhos azuis-esverdeados de três anos.
Levantou ligeiramente a sua face, onde os seus olhos procuravam uma mimica, um gesto que o alertasse, e numa fracção de segundos o seu cabelo desloca-se facilmente e ai reparo a protese auditiva, pensei eu, finalmente posso contar com um amigo como eu, a partir daí nunca mais separamos.
Nós os dois, formavamos uma bela equipa contra a maioria dos colegas ouvintes que não nos compreendiam, era uma sensação maravilhosa porque tinhamos o nosso mundo e o nosso espaço dentro do colégio, que por qualquer um não nos passava por indiferente, pois tinhamos gestos e códigos secretos que se formou numa grande cumplicidade, apesar de ele não ser surdo oralizado, e eu não tinha conhecimento da Lingua Gestual, criamos a nossa própria linguagem de maneira imaginativa onde a criatividade ocupava um plano de destaque: "uma comunicação inventada"!

E esse amigo é o Pedro quem tem também uma vida mais normal possivel, sucesso e boas perspectivas não lhe faltam, pois reconhecem a sua capacidade de liderança e notoriedade na baliza que defende com garras e unhas no Seixal Futebol Clube!

11 outubro, 2005

O "DO" = Caminho ou Estrada


Existe um termo etimológico comum a todas as artes marciais, que estudado devidamente e em profundidade, nos ensina a diferença em relação aos outros géneros de actividade física e desportiva. Refiro-me ao termo “DO”, cuja tradução para português significa caminho ou estrada, mas tem, dentro de si, um conteúdo muito mais profundo e significativo.
De facto, para além do caminho que indica, pressupõe, também, todos os seus quilómetros, metros e centímetros, isto é, todas as experiências físicas, psicológicas e espirituais, que vão dando ao praticante uma grande consistência pessoal. Tornar-se-á, desta forma, um ser social apto a ultrapassar todas as adversidades que se lhe vão deparando ao longo de outro caminho paralelo e mais abrangente - a própria VIDA. Com todo este significado, não nos é difícil ver a separação entre a preocupação por uma execução perfeita, exigida nos desportos de competição, e os objectivos de uma disciplina, na qual a técnica requerida nos movimentos é apenas um instrumento ao seu serviço.
É, por assim dizer, o objectivo de caminhar para atingir a meta, em oposição do objectivo de atingir a meta o mais depressa possível. Consiste, ainda, em encarar a actividade física como um meio saudável de enriquecer a própria vida através do aperfeiçoamento integral da pessoa, ao invés de uma actividade física encarada como um meio de promoção da nossa imagem perante os outros, caindo assim na tentação de promover somente a dimensão física, em detrimento da dimensão psicológica e espiritual de todo o movimento.
De facto, por sermos seres integrados e constituídos por várias dimensões, seria conveniente que, em qualquer experiência, nunca nos esquecêssemos dessa nossa constituição. Estaríamos, assim, a prevenir a desintegração da unidade interior da pessoa e a promover o desenvolvimento integral de todas as faculdades pessoais.
O entendimento, visto pelo espírito Oriental e apoiado no pensamento “Zen”, fez com que os conhecimentos passassem de geração em geração, de mestre para alunos, com variações técnicas condicionadas pelo contexto exterior de cada época, mas, sempre, à volta de uma mesma ideia: o conhecimento das coisas, na sua forma real, e de si mesmo como meta final.
Este “DO” é a intuição ensinada, que nos leva ao paradoxo de que algo íntimo e particular pode ser ensinado e até fazer escola. Por isso, o mestre cultiva também a sua intuição, como meio de preservar a sua individualidade e a sua riqueza pessoal, sem desvirtuar a origem e a essência do “CAMINHO”.

10 outubro, 2005

To live the dreams



O meu sonho... toda a gente diz que ter sonhos é uma perda de tempo, não estou a falar de sonhos de dormir mas sim de sonhos que queremos realizar ao longo da nossa vida, um sonho que se torne em realidade, um sonho onde sentiríamos realizados se tivermos força de vontade e sacrifício acima de tudo sofrimento e uma grande responsabilidade.


Todos os dias antes de me deitar e todos os dias que me levanto da cama para a faculdade, não deixo descolar a minha visão preciosa na parede branca do meu quarto, onde estão cheios de posters pendurados, dando assim um colorido intenso ás cores encadeadas uma das outras.
Cada letra horizontal que avança é uma parte de mim, onde ferve um mar impenetrável que anseia tanto por este sonho para que se torne em realidade, mas o oceano agita-se com ondas superiores a três metros de altura, como se o meu pensamento visilumbrasse em câmara lenta, a crista transparente. E como é díficil captar esse fragamento após tantas tentativas desperdiçadas, mesmo sabendo que as oportunidades foram muitas, há sempre em todas as alturas das nossas vidas que particularmente sentimo-nos perseguidos por alguma coisa que desconhecemos.
A insegurança é de tal forma assustadora, mas não para quem nunca deu-nos uma oportunidade de provar o nosso valor, naquilo que somos verdadeiramente bons e daquilo que somos capazes de mostrar aos outros o quão estavam errados.
Como não sou uma pessoa de desistir com facilidade, mantenho a minha luta acessa seja qual for o obstáculo que me será proposto, mas uma certeza que sei: Não desisto!
Esses "alguéns" sabem o que vanho, mas é triste quando não aceitam as diferenças de forma natural, como digo "eles ouvem o som que lhes entram no ouvido, e estão habituados a ouvir desde o berço palavras repetidas, mas não sabem distinguir a grandeza que temos interiormente, uma interioridade imensa, uma compreensão inimaginável que provavelmente nunca chegarão aos nossos calcanhares!"
A lutar pelo meu sonho até ao fim...

09 outubro, 2005

Portugal está perdido



Quando encontrarem um sítio onde não haja injustiça e corrupção, digam-me que eu faço logo as malas e ponho-me a cavar...

Política e política, desde o dia 25 de abril não se fala de outra coisa, a meus olhos não mudaram nem um pouco a dura realidade!
Tão desesperados a fazer uma campanha "honesta", com boa figura para ganharem uma corrida de loucura total, com gastos indispensáveis em publicidade e propaganda, além do mais só falam e falam mas no fim quando conseguirem a sondagem desejada e por fim tomarem a posse mudam de estragética como uma máscara se aponderasse nas suas intimidades.
Não ouvem o povo, não olham para as dificuldades, não sentem na nossa pele como é díficil viver sob pressão, com baixos rendimentos e custos elevados.
Se é tudo uma questão de ética, de política, de competência que as pessoas vão para os lugares pelas cunhas e não por serem bons, assim, quando muda uma orientação governamental, vêm logo outros mudar tudo o que os anteriores estavam a fazer e terceiro lugar já dizia Salazar "O povo para ser humilde, tem de passar fome", e digo eu: "a ignorância só dá felicidade para os deputados"!
Fazem porcarias e no fim somos nós que pagámos, mas o que é isso?! As pessoas tem medo de avançar?! Parece que estamos todos acorrentados ao passado glorioso da história de Portugal, por amor de deus estamos no século XXI, está na hora de evoluir e está na hora de arriscarmos para melhor!
Rumo á mudança de um portugal renovado...

07 outubro, 2005

Seixal, sou seixalense de Espírito


"O Seixal tem beleza, alma, cor, e é maravilha entre os corações dos que o amam. Além de terra é o rio e a vida dos que lá andam, o ser daqueles que o fazem e o sorriso aberto nas faces dos que lá moram."

06 outubro, 2005

Entrei para o Colégio


O tempo passara depressa, tinha quatro anos quando entrei para o colégio onde iria começar a nova etapa da minha vida.

Uma área verde espaçosa em que a creche situava no centro com pinheiros á nossa volta e parque de divisões: campo de futebol, baloiços, escorregas, e uma casa de madeira.
Tudo me era estranho na sala com tons coloridos nas paredes, com fardas amarelas aos quadradinhos, as mesas arredondadas e cadeiras a nosso tamanho.
Tocar qualquer coisa que estava ao alcance dos meus olhos era um verdadeiro perigo...

Conheci os meus colegas, dos quais: Andreia (a minha melhor amiga de infância), Ana Rita (que detestava!), Ana Lúcia (a mimada), André (juiz), Bruno (adorava chateá-lo) e Filipe (o borracho da sala).
Todos eles queriam saber o que eu tinha nos ouvidos, até mexia-os e no fim ficava furiosa ameacei-os fazer uma grande tempestade de água!(devem estar a pensar que eu era uma santa, mas não, no fundo era rebelde).
Há uma cena para contar que nunca me esqueci e nem sei como fui capaz de fazer uma coisa dessas, enfim, ser criança é um autêntico perigo!

Eis o meu testemunho que vou passar:

Era um dia como os outros quando a porta estava aberta, entrou um cão dentro da nossa sala e desatámos todos a gritar, foi tudo muito rápido que eu não me assustei alias estava toda contente aos pulos, com a cara estampada de sorrisos.
As nossas educadoras avisaram para não nos aproximar que podia moder-nos, não lhes dei ouvidos porque não estava a perceber rigorosamente nada, então corri atrás do cão com as orelhas a saltar de cima para baixo e nesse momento fulgurante os outros seguiram-me, dois minutos depois vejo a andreia recuar para trás super aflita ai reparo os dentes caninos a abrir e instintuivamente agarro a cauda e puxo-o, virou-se para mim, agora era eu que estava em apuros corri a toda velocidade onde subi para cima da mesa e pequei numa cadeira com as minhas mãos desse modo proteger-me.
Recuei-me minuscolisamente, só que o espertinho da fera dera a volta e tive que ser rodopiada aos circuitos na mesa, depois tive a oportunidade única de baté-lo com a cadeira... só que o doido do Filipe meteu-se no caminho errado e levou um grande estrondo na cabeça!
Eram gritos e gritos por todo o lado, estava machado de sangue na face e tiveram que chamar a ambulância pois eu partira-lhe a cabeça com 1 cadeira!

INACREDITÀVEL



05 outubro, 2005

Novo mundo e vida nova


"O DOM pela razão que muitos nos consideram diferentes dos outras, devo dizer é uma qualidade ou um sentido? Seja qual for pensamos com o coração mas se for em excesso de sentimentos já é um grande pecado, tão emotivos, tão sensiveis num ponto de qualquer altura iminente jorrar de lágrimas na nossa face...
Ouvir com coração, pensar com coração é definitivamente a nossa mentalidade de ver as coisas pq através dela aprendemos, questionamos de muita coisa até as mais insignificantes!"

Nasci no mundo do ruído onde passei a minha curta existência a ouvir sons, palavras e barulhos, de repente parei no mundo do silêncio atravessando os dois portais que abriam e fechavam ao mesmo tempo, tudo isto era automático...

Obtive as minhas primeiras próteses auditivas compradas pela familia, onde trabalharam arduamente deixando as suas vidas em segundo plano, para que eu os usasse desse modo manter a minha integridade na sociedade, ao principio havia uma coisa que os incomodava, era a escolha de uma Língua: a Lingua Gestual Portuguesa e a Oralidade. Naquela época já tinha alguma sintaxe na linguagem como dizer "papa", "mama" mas fui perdendo o dominio de articulação das palavras e do som.
Assim optaram pela oralidade porque sabiam que me dava mais possibilidades, mais vantagens e oportunidades em todas as coisas na vida, além disso posso ter perdido uma parte da infância com terapias de fala, saltando de consulta a consulta, de médico a médico, de professor a professora, estavamos todos a lutar contra o tempo porque a minha formação como criança dependia necessariamente do modo como evoluia no dia a dia.

Olho para mim com grande humildade e agradeço á minha familia pelo esforço, pela educação, pelo seu amor, pelo seu carinho, por tudo o que fizeram de mim a pessoa que sou hoje.


Dia de descanso e Design


Ordens dadas pelo médico, parece que não vou respeitar a decisão porque não consigo ficar parada, se não tenho nada para fazer invento algo que me cative e logo tenho uma ideia daquilo que supostamente vou construindo em veias artísticas.
Começei a faculdade na segunda-feira, foi dia de apresentação já tenho trabalho de casa para fazer e nada mais do que a criação de um LOGO Pessoal (Logotipo), que tem a ver comigo: a minha personalidade.

Rumo á criatividade, aqui vou eu dar largas á imaginação ultra-pessoal...

04 outubro, 2005

Porta fechada...


Lá se vai a minha preparação fisica que tanto suei, lá se vai as seixalíadas que estava com a genica no topo tudo isso porque lesionei-me com alguma gravidade que desconheço, enfim lesões desportivas acontece a todos.
Só espero que o cenário não seja grave, mas suspeitam que seja ruptura muscular mais uma dificuldade a ser ultrapassada.

03 outubro, 2005

Humanidade dos sentimentos


O tempo passa depressa,
Quando olho fixamente os lábios,
Tentado perceber,
Surge um sentimento de mágoa,
Sofro em silêncio sem ninguém saber,
O tempo passa depressa,
Quando pergunto: o que disseram?
Respondem com uma simples palavra:
NADA.
O tempo passa depressa,
Vejo que estão rodeados de amigos,
Com uma gargalhada contagiante,
Com um sorriso suave,
Quando pergunto novamente: o que disseram?
A minha resposta é negada: NADA!
Não veêm que estou a sofrer?
Não veêm que estou abrir conversa?
Não veêm que preciso de alguém que fale comigo?
Parem de dizer NADA!
Não veêm que tenho curiosidade de saber o que disseram?
Pensam que o assunto não tem nada a ver comigo?
O tempo passa depressa,
Olho para o tecto e conto os tempos perdidos,
Põem na minha pele para saberem o que é não ouvir,
Põem no meu lugar para saberem o quão revoltada estou,
Põem no meu mundo do silêncio para perceberem as dificuldades,
Põem em meu ser para sentirem o que é perguntar e depois terem a resposta negada.

O inesperado aconteceu II


2º Capítulo

"È lamentável quando a ciência foi feita para encontrar soluções para doenças curavéis e outras incuravéis, mas isso não define o facto de o comportamento ser vergolhoso perante as atitudes inadmissavéis e nesse caso a criança nunca deve ser prejudicada por terceiros e muito menos tornar-se numa cobaia nas experiências dos profissionais e especialistas."

Após a noticia dada pelo médico á minha familia acerca da surdez, pediu uma autorização para mais um exame aos neurológicos dos canais auditivos, por fim aceitaram e tive que ser submetida a uma prova dolorosa do qual acabaria por soltar a minha fúria de choros e tirar tudo que meteram nos meus ouvidos, assim sendo não conseguia pois estava complentamente indefesa dos médicos especialistas que agarraram-me e prenderam as minhas mãos onde nesse momento procuravam um grau de compatibilidade auditiva para a implantação do implante coclear.
Foi ai que a minha familia suspeitou de imediato quando um dos elementos da equipa mencionou a sala de operações, ai eles perguntaram pela filha e arrancou-me para os braços dela chorando de tanta revolta até ameaçou processá-los ao tribunal...

Com meios próprios percorremos no desconhecido, até encontrar uma nova esperança...

02 outubro, 2005

O Movimento



O corpo centra-se e o movimento começa.
Movo-me mas não sou o movimento,
Misturo-me à sua forma, como a cana dobra com o vento.
Tenho um corpo mas não sou o meu corpo.
Centrado, estou livre do conteúdo externo, em harmonia com o todo.
Eu ajo mas a inacção torna-se cooperação harmoniosa.

Eu aceito mas não sinto necessidade de possuir.
O movimento é infinito, um círculo, e eterno. O mesmo, mas evoluindo.

Ele flui e sou imergido em seu ritmo.
Eu abraço o um. Concede mas ao concederes conquista tudo.
O corpo centra-se e o movimento é.
Minha sombra é lançada no chão do Dojang.
Move-se livre de julgamento, segue, mas molda-se naturalmente ao seu mundo.
Vazia de ego, é moldada pelo meu movimento.
Eu sou seu escultor e ela, meu professor.


Escrito por David M. Twigg

Grão Mestre Kytu Dang



Aqui estou eu a clicar as teclas do teclado com dores musculares em todo o lado do meu corpo, por muito culpa do Grão Mestre Kytu Dang que eu e a equipa levamos uma autêntica tareia de Taekwondo.
A parte de manhã era somente dedicado para as graduações de Kup's, onde literalmente fui assistir ao treino da minha irmã, a Diabinha e a do meu namorado. Confesso que adorou imenso e ganhou um novo amigo: o próprio Kytu Dang, apesar de não falar a mesma lingua conseguiram entender-se pelos gestos, pelos sorrisos, pelas brincadeiras e não é por acaso que ele adora crianças.
À tarde fui eu, desta vez com as graduações de Dan's tão surpreendente fiquei com o plano de treino desportivo pois não é nada comparado em Portugal, mesmo assim aproveitei a oportunidade assim puder agendá-lo para a minha "agenda de treino", aprendi coisas interessantes e superei as expectativas que eu julgara serem impossiveis de serem superadas.

Até para o ano Grão Mestre Kytu Dang, lá estarei de Dobok, confirmo a minha presença e suarei como nunca no Dojan...

Assim direi o slogan do TAEKWONDO:

"Taekwondo é um modo, um modo de vida.
Tudo o que estava separado, pode-se unir novamente.
Através disto tudo é visto Tornar-se um.
Eu posso encontrar o meu eu real e assim
Para a perfeição virar-me.

Quando finalmente tudo alcança o auge
Não há mais diferença entre ser ou não ser.
Eu estou só no meio deste vazio.
Então eu e outros aparecemos num sopro e
O meu eu real pode percorrer o caminho sem hesitação."

01 outubro, 2005

Estágio Internacional TAEKWONDO


Sábado

Estágio Internacional de Taekwondo com o Grão Mestre Kytu Dang de graduação 7º Dan, Seleccionador Nacional da Dinamarca, seis vezes Campeão Europeu de Técnica e Campeão em título, fundador da Associação Escolas Hwarang Taekwondo em Portugal.

Local: Pavilhão Novo da Torre de Marinha

Aqui vou eu mais a Diabinha e a minha equipa a seu dispor Mestre Kytu Dang!