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27 fevereiro, 2006

Campeonato Nacional


Quando ao Campeonato Nacional de Taekwondo, alcancei a segunda posição como vice-campeã nacional e não estive particularmente no meu momento porque em ringue sofri um bloqueio emocional que me deu uma lição de moral por parte do mister e colegas de equipa.
Não é a primeira e segunda vez que me acontece, surge com a espontaneidade sem deixar motivos lógicos por descrever. Só me resta continuar a tentar e tentar, e sim consegui chegar á final era este o meu principal objectivo, só perdi por minha culpa de não ter agrarrado a oportunidade.
Para o ano há mais!
Apresento a minha recente Associação Escolas Hwarang Taekwondo
Por vezes julgo que é bom desabafar no blogger, em vez de conversar cara a cara com uma pessoa conhecida, devido á proximidade emocional. Pode resultar na maioria das pessoas mas comigo não resulta, até porque são capazes de não me compreender facilmente.
A minha verdadeira natureza é contrabalançada pelo silêncio perante os sentimentos que por vezes atormentam a sanidade mental, sou como a água: silenciosa, calma, recolhida e meio-sonsa, mas com caracteristicas do fogo que brotam silenciosamente todas as superficialidades credíveis.
Cada pessoa conhece o silêncio á sua maneira como ninguém, a percepção psique é um bilhete de identidade com direito a um diário de bordo, onde poderá acrescentar todas as sensações sentidas.
Para mim o silêncio define-se em muitas formas:
  • O Silêncio da Alegria- Basta sentir a emoção, e deixar cair uma lágrima sem dizer uma palavra.
  • O Silêncio do Orgulho- A dignidade de vencer na vida.
  • O Silêncio da Dúvida- O medo de arriscar, de errar e da perplexidade nas escolhas.
  • O Silêncio da Derrota- As lágrimas do insucesso na vitória e o reconhecimento da humildade.
  • O Silêncio da Amizade- A perda de um amigo/a, as mentiras incorruptas, as falsidades e verdades.
  • O Silêncio da Dor- A perda de alguém conhecido, a magoa do arrependimento e o sofrimento dos ciumes exagerados.
  • O Silêncio do Amor- Um amor apaixonado por alguém, a perda do sentimento afectivo e amar a vida.
  • O Silêncio da Humanidade- Egnimas inexplicáveis, curiosidades invisíveis e viver na plenitude de todos os seres.
  • O Silêncio do Som- Ouvir em silêncio mas com melodia iluminada da vida.
  • O Silêncio da Visão- Ver com o coração com toda a alma despida.

17 fevereiro, 2006

Instante Expressivo


Este instante célebre aconteceu no verão passado, nunca mais esqueci daquele dia e é-me proibido deslembrar-me até porque foi um momento enamorado e bastante especial.
Nós, um casal de namorados partimos em busca de férias durante uma semana no parque de campismo, longe de tudo, da cidade, do stress, da desordem do caos e da família. Uma semana de intimidade, de amor, de amizade e afecto que nutriu laços ainda mais forte entre nós, onde percorremos descalços e exploramos à beira-mar sob os grãos de areia deixando a nossa marca no mundo.
A tarde tinha acabado de escurecer lentamente, desenhado nuances no céu como aguarelas de óleo e coloridas, o pôr-do-sol acenava-nos com a delicadeza dos seus traços de calor que emanava um foco luminoso alaranjado. O mar permanecia calmo, imóvel e dócil sofrendo uma influência das cores reflectidas e misturadas do efeito produzido pelo céu.
Resolvemos fazer o jantar na esplanada antes de anoitecer totalmente, acabamos de comer com uma satisfação suprema, que nos deu vontade de dar uma volta pelo parque mesmo estando tudo às cegas.
O céu estrelado brilhava infinitamente pela noite inteira, mostrando o percurso total dos astros, de repente começou a ficar ventoso e o silêncio tinha-se tornado num verdadeiro recital de música!
Os ramos das árvores chocavam-se mutuamente e acarinhavam-se numa outra sem ódio, sem vingança, estavam a dançar ao sabor do vento. O meu namorado ficara surpreendido com a rapidez do vento que teimava estar enfurecido e revoltado com algo, com um gesto chamou-me:

Ele - Já viste isto? De repente está uma ventania, antes estava tão sossegado e caladinho, tinha logo que estragar a noite?!

Eu - Amor, não podemos mudar o rumo da natureza, se está assim que esteja e vamos para dentro, afinal a noite ainda é uma criança!

(caminhamos lado a lado, agarrados de um outro cheio de cumplicidade)

Fomos ver se estava tudo em ordem na cozinha, decidimos fechar o chapéu enorme por causa do vento, parámos no sítio e sem esperar ele agarra na minha mão e encosta-a junto ao ramo de árvore, dizendo:

Ele - Amor, queres saber como o vento faz música nas folhas?

Eu - Abanei a cabeça, com o sim afirmativo.

Ele - Vou fazer-te ouvir, mas primeiro tens de fechar os olhos.

Foi tão mágico, tão comovente que senti a vida da árvore a escorrer por todos os cantos na palma da minha mão, até chorei perdidamente de tanta emoção!
Claro, ele ficou tão assustado e nem sabia como reagir, apercebi-me e consolei-o que estava bem, apenas emocionada!
Desejam-me sorte, Campeonato Nacional Taekwondo GO TO :)

15 fevereiro, 2006

Pequenos Lutadores


OK, confesso que foi a última gota sem ter net em casa e assim vou postando na faculdade, visto que é a única alternativa de manter as minhas memórias actualizadas!

Ninguém, nem os pais destas crianças deitadas no berço a dormir tranquilamente de olhos fechados, de corpo pequeno e frágil e o seu rosto transportava uma serenidade inocente, mal poderiam imaginar que mais tarde os seus filhos fossem pequenos lutadores.
Conseguem imaginar um Taekwondoca de palmo e meio, transformar-se num homenzinho energético com o sorriso estrelado nos lábios, e os seus olhos a soltarem faíscas de contentamento?
Ouve-se um chamamento ingénuo e ruidoso, distante do local onde se encontrava o mister, a figura humana e masculina aproxima-se da criança e tranquiliza-a com uma voz suave, encorajando-a para não ter medo e que é a vez dela entrar em ringue.
Mister – Ouve o que te vou dizer, não fico triste se perderes ou contente por ganhares, o que quero realmente é que divirtas perante o teu oponente.
Taekwondoca – Está bem, vou tentar fazer isso e divertir-me.
Mister – Ès e sempre serás um pequeno campeão (na consciência do silêncio).
Avançou três passos para posicionar, equipado de Dobok (Fato) e cinto amarelado, de capacete na cabeça, com colete posto (protecção peitoral). Os dois pequenos lutadores dão movimentos melodiosos com o embate dos pontapés, de repente vislumbra um "bandal" (pontapé de lado) perfeitíssimo onde bate sonoramente em cheio no colete do adversário.
A curiosidade indescritível desperta o interesse e inquietação de espírito da criança levam-na dirigir os seus olhares para um sítio absolutamente sagrado e imaculado: o placard electrónico, onde eram visíveis as pontuações obtidas pela equipa de arbitragem.
O mister acalma a criança da ansiedade após esta ter visto o resultado, dizendo que ainda falta muito para acabar, a criança ignora o aviso e continua a tarrefa de pontuar cegamente, ficou alucinada pela conquista iminente da vitória.
Ouviam-se gritos gigantescos e incansáveis dos colegas, amigos e familiares a apoia-la freneticamente.
Mais um "bandal" bem dado, e forte que fez deslizar o oponente para o chão, a contagem do placard electrónico é descrescente e termina o combate com a vitória alcançada por 3-0. Corre velozmente em direcção ao mister e diz:
Taekwondoca- Fiz o que o mister me pediu, para me divertir!
Mister- Divertiste sim, mas tiveste auto-confiança a mais e tens de ter cuidado com isto...
Taekwondoca- Está bem! (Não entendeu o significado daquela conversa)
A criança pula de alegria, vai ter com os companheiros onde é felicitada...
A Arte marcial tem estas coisas maravilhosas e únicas, mais uma recordação para o báu inviolável dos sentimentos.

10 fevereiro, 2006

Missão Condenada


Quando tudo parece correr bem, existe sempre a tentativa de temer o pior e não aconteceu por acaso, na dita hora lesionei-me com uma entorse no pé direito a uma semana do Campeonato Nacional de Combates.
Estou condenada á insustentável leveza das lesões? Será que estão a me impedir de realizar os meus desejos? Será que não o mereço arduamente como qualquer desportista de alta competição?
Estou farta de me lesionar, este ano já vão duas ou será que vem mais? Parece que o meu corpo já não responde da mesma maneira como dantes, só me resta descobrir o elo de tantas ligações.
Que se passa comigo?
Não vale a pena ramusgar, vou é ter pensamento positivo e recuperar-me a tempo, se não resultar direi: que se lixe, combaterei na mesma estando lesionada!
Nada está perdido, apenas adiado e vou encarar em ringue com um sorriso nos lábios...
Final: 19 de Fevereiro
Pavilhão Municipal da Torre de Marinha - Seixal