De rastos! - 1º Parte

"Sexta-feira houve um imprevisto de última hora, recebi uma sms onde ia dormir em casa dos meus cunhados que no sabádo ás 05h30 iamos todos para o local onde ficaria a camioneta, nesse caso aproveitei para estar com o meu namorado e vendo dvd: "Guerra dos mundos"."

Levantámos da cama num instante, e despedi da minha cara-metade com beijos redobrados que estava ainda meio ensonado e para meu desalento não podia ir, pois ia trabalhar á tarde.

Instalámos dentro do carro, o mister arranca a uma velocidade relâmpago para irmos buscar a Nightgirl.

Anocas sai do carro com os dentes a estremecerem de frio, e dar uma palavra á mae da Nightgirl que não se preocupasse com ela... dentro do carro recebo-a com um sorriso nos lábios:

M-Bom dia Nightgirl, tudo fixe contigo?

N-Olá, estás boa?

N-Epah, não me apetecia nada levantar hoje!

M-A que o disses... ainda por cima com esse frio de arrepiar!

Rimos as duas, depois houve um silêncio a habitar dentro do carro, só se ouvia o motor a rugir... Tinhamos chegado ao ponto de encontro no Clube, reparámos que o Fábio estava apoiado de costas á parede com uma disposição de outro mundo e o Edu com a sua mãe e juntamo-nos a eles, cinco minutos depois aparece o Marco vestido com capa impermeável, dizendo olás e bons dias...

A rua estava vazia, de céu muito nebulado de ventanias fortes com a estrada cheia de poças, as folhas das árvores espalhadas por todo o lado no chão.

De longe avistamos a Joana, o Kannibas e a sua namorada Filipa com malas carregadas aos ombros e nós surpreendidos com a quantidade, e ai opuseram que era o almoço e as protecções para a competição!

Entretando apareceu a camioneta, e por pouco chega a tempo o Taebak todo sorriedente, a malta teve que meter as coisas na bagagem e ai aproveitei a minha fuga para ter o meu lugar garantido como sempre gosto, na última fila.

Mister- Pessoal estão todos ai?

Mister- Ok, vamos a lisboa buscar a outra equipa.

Sillas- Ah? Qual equipa?

Mister- Qual equipa? Vocês estão com uma grande moca ou quê?

Mister- A equipa do Marco Ferreira!!

Sillas- Ah, Ok... vamos estar com a super potência do Taekwondo! (gargalhadas)

Disse eu finalmente vou dormir mais um bocado, até notar que a camioneta estava parada na rotunda de nenhures em Lisboa com o pessoal da escola do Marco Ferreira entrarem todos e nós timidamente cumprimentamos e prosseguimos a nossa viagem com destino final a Nazaré.

Sentimo-nos invadidos pela fome que isolava o estomago, dando um alerta para pararmos num serviço, saimos do autocarro onde fomos atacados pela fúria da natureza que nem podiamos lutar contra a força do vento!

A alternativa era correr ou andar bem depressa até abrirmos a porta, e como uma onda de nevoeiro o cheirinho era saboroso com uma palestra á mostra, pensando "hmm que vou comer? que me dera levar isso tudo assim não teria dificuldade de escolher essas figuras comestivéis!"

Pois é! E o dinheiro?! Enfim de novo á nora!

Escolhi pão de forma com fiambre e néctar de pêra, é o suficiente para estar satisfeita... em passo acelerado sentei-me na mesa lado a lado com os meus colegas, até eles abrirem o record e falar sobre o futebol...

M- Por amor de deus vão falar sobre futebol?!

C- Ya!

M- Eu a pensar que vocês estavam esfomeados!

C- Eh, eh, eh e estamos, mas como vai jogar o SLB é tema nosso...

M- Ah, é hoje que joga o SLB contra o SC.Braga? Vocês vão perder! (com um sorriso)

C- Nós perder? Nem por sombras!

M- Hmm ai não? Olha depois vem ter comigo... (com um sorriso de graxa)

No autocarro em andamento, e o pessoal com aquele sentimento de conquista e liberdade!

Adormeci novamente apesar de não conseguir dormir tão bem como estar na minha cama toda quentinha e tinha o meu pensamento concentrado no Torneio Regional de como iria ser a minha participação como arbitra.

Chegámos á localidade de Nazaré, que beleza cheia de paisagens com ângulos apertados e arrendodados, ao mesmo tempo com uma nostalgia de não poder fotografar esses pequenos instantes, é que não tenho máquina fotográfica...

O pavilhão estava super lotado, com crianças taekwondistas a correr por todo o lado devido a sua impulsividade, a necessidade de gastar energias e além disso a quantidade era inquestionável.

O público em minoria, apesar de eles serem na maioria pais de crianças que iam competir proporcionando-se assim uma convivência bastante caracterizada pelos valores democráticos, o pior foi sem dúvida termos esperando uma hora e meia para que os combates dessem ínicio!

Após a reunião de arbitragem do qual eu, kannibas e taebak estivemos envolvidos para definir algumas regras de arbitragem, seguimos logo para o nosso ringue mais os outros elementos e dêmos inicio á competição.

Houve tantas cenas para descrever mas na mais importante é essa sem dúvida:

1. Não posso acreditar que havia um arbitro central em ringue com os ténis de rua, além do mais será que ele tirou mesmo curso de arbrito??! Toda a sua actuação foi uma falha total em diversos factores: Primeiro- os códigos visuais estiverem errados de acordo com a ética de arbitragem. Segundo- não tem a filosofia do taekwondo e a linguagem das crianças. Terceiro- essa pessoa não devia ser aprovada sem o consentimento do responsável.
2. Porque a organização apresentou muitas falhas em termos de comunicabilidade e estratégia de equipa na definição de listas dos combatentes. Primeiro- houve crianças que combateram mais que duas vezes porque não eram da sua categoria e baralharam os nomes todos, prejudicando assim o seu rendimento e a condição fisica do próprio.
3. Está de acordo com a lei que em todas as modalidades a cruz vermelha ou os bombeiros devem estar presentes antes do inicio á competição, do qual não veio comprovar! Questionei e alertei para o meu mister e o assunto esteve misterioso até umas boas duas horas, só mais tarde é que apareceram (que falta de profissionalismo e incompetência!) Segundo- eles tiraram mesmo o diploma? Porque será que demoram uma eternidade até as crianças serem scorridas?! Inadmissável!

Hora de almoço dos arbitros no restaurante na Baixa de Nazaré, com boleia na carinha da Junta de Freguesia de Nazaré, enquanto falava com o Taebak sobre os sucedidos da arbitragem e numa fracção de segundos o motorista virava brutalmente as curvas até arrastar os nossos corpos de um canto para o outro, nem segurança havia para que nos agarassemos bem!

A história verídica continua...